MPSC arquivado denúncia da superbactéria KPC no Hospital de Indaial

O Promotor de Justiça Bruno Bolognini Tridapalli determinou o arquivamento do Inquérito Civil que apurava suposta irregularidade nas notificações de bactéria KPC no Hospital Beatriz Ramos, assim como suas causas e repercussões. Segundo o Ministério Público, não existe correlação pelas provas produzidas entre os noticiados óbitos e eventual omissão do Hospital de Indaial , o arquivamento ocorreu na última terça-feira (27).

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Ainda de acordo com o agente ministerial, a representação, sobreveio a Promotoria de Justiça notícia divulgada por Rádio FM local, dando conta da existência de suposta bactéria no Hospital Beatriz Ramos, denominada KPC, que teria levado a óbito um paciente do nosocômio, mas poderia ter atingido outros pacientes.

A referida notícia, que fora formulada pelo ex-diretor do hospital Edson Roberto Milbratz, conhecido Gelinho,  noticiando entrevista de uma familiar de paciente que veio a óbito no dia 28.04.2021 e que estava em tratamento no referido hospital em razão de infecção por Covid-19.

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Na conclusão do arquivamento, o Promotor Bruno Bolognini Tridapalli, cita inclusive que o Hospital Beatriz Ramos confirmou o afastamento de funcionário responsável pela ausência de notificação de IRAS e que no hospital de Indaial existe uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, com coletas semanais de hemocultura em todos os setores do Hospital. O MPSC apurou que no período de junho/2020 a julho de 2021 foram 8 casos de infecção pela bactéria , mas em ambiente hospitalar a presença da bactéria KPC é comum e por si só não é causadora de mortes ou oriunda de omissão nos cuidados paliativos que a unidade hospitalar deve ter.

 

Durante o inquérito foram notificados, ouvidos e documentados, todos os envolvidos, inclusive membros da família citada na noticia , médicos e outros profissionais do H.B.R, direção administrativa, legislativo e órgãos ligados diretamente ao setor da saúde.

 

inexistência de correlação pelas provas produzidas entre os noticiados óbitos e eventual omissão do nosocômio… , inexistência de medidas judiciais ou administrativas a serem tomadas; arquivamento que se impõe. Membro do Ministério Público: BRUNO BOLOGNINI TRIDAPALLI

Indaial, 27 de setembro de 2022.

O Promotor Bolognini também deixou claro em sua conclusão que a infecção pela bactéria KPC, assim como por outras bactérias resistentes aos antibióticos é uma triste realidade no ambiente hospitalar (no Brasil e no mundo), sobretudo quando se está diante de uma epidemia, com número acentuado (e por vezes acima da capacidade ideal) de pacientes internados, com utilização em larga escala de antibióticos de amplo espectro, e, ainda, com recebimento de pacientes de diversos outros hospitais.

Assim, por mais que as equipes médicas e de enfermagem adotem os protocolos para evitar a contaminação e infecção por bactérias resistentes, isso por vezes não é suficiente, em razão desses fatores coadjuvantes e que, em determinados casos, acaba por elevar os índices de mortes de pacientes internados por Covid-19 no Brasil e no mundo

O longo período de internação dos pacientes intubados e a administração de antibióticos nesses pacientes já imunodeprimidos para tratamento de infecções secundárias acaba potencializando as chances de infecção por bactérias de alta resistência aos medicamentos disponíveis, finaliza o agente ministerial.

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Por Judson Lima/ Vale do Itajaí notícias.